O Brasil é um celeiro de grandes talentos musicais. E, no funk, não poderia ser diferente. São muitos artistas que deixaram a sua marca e que representam o gênero genuinamente brasileiro, que bebeu na fonte da black music americana e nasceu nos morros das favelas cariocas. Hoje, vamos apresentar 10 artistas ou bandas de funk que você precisa ouvir para conhecer um pouco da história e entender a sua evolução ao longo dos anos.

1.DJ Marlboro

Considerado por muitos o criador das batidas que conhecemos hoje como ‘funk carioca’, influenciados pelo ritmo Miami Bass, que dominava as pistas do Rio de Janeiro nos anos 1980. Ele marcou a transição para o gênero, misturando aquelas batidas e introduzindo a bateria eletrônica. Em 2008 chegou a ser incluído na lista de ‘Cem Maiores Artistas da Música Brasileira’ pela revista Rolling Stone, em 2008. Recentemente ele fez duras críticas à inserção de palavrões e letras de cunho sexual, muito utilizadas no ‘funk proibidão’.

2. Claudinho & Buchecha

Um dos maiores nomes do funk nos anos 1990, a dupla Claudinho & Buchecha marcou uma geração e até hoje músicas como “Só Love” são conhecidas em todo o Brasil. Se destacavam pelas letras românticas em batidas melódicas que davam espaço para coreografias repetidas pelos jovens da época. Infelizmente a história da dupla foi interrompida de forma prematura e trágica, em um acidente de carro no dia 13 de julho de 2002, em uma rodovia de São Paulo. Claudinho, que estava em um carro com seu empresário, morreu na hora. Buchecha acabou entrando em depressão por três anos, mas depois retornou para a música.

3. Furacão 2000

Aqui vamos falar de uma produtora, não de um artista específico. A ‘Furacão 2000’ nasce ainda nos anos 1970 com a fusão de duas equipes que eram a Guarani 2000, de Gilberto Guarani, e a Som 2000, de Rômulo Costa. Eles organizavam bailes de soul e funk americano, e com o passar dos anos se consolidaram revelando grantes artistas brasileiros e coletâneas de funk carioca nos nos 1990 e 2000. Seus ‘sets’ fizeram sucesso e são escutados e lembrados ainda hoje.

4. Bonde do Tigrão

Diretamente da Cidade de Deus, amigos se juntaram para cantar funk. Descobertos pelo Furacão 2000, o Bonde do Tigrão estourou no país inteiro no verão de 2001 com a música “Cerol na Mão” e, em seguida, com “Tchutchuca”, um adjetivo que foi difundido pelo grupo entrou para o dialeto popular brasileiro. Em 2002 o integrante Vaguinho saiu e a banda lança o segundo álbum sem o mesmo sucesso do primeiro. Em 2005, retorna novamente com nova gravadora. O último disco foi lançado em 2015.

5. Tati Quebra Barraco

Considerada a primeira voz feminina a fazer sucesso no funk carioca, Tati Quebra Barraco é, sem dúvidas, um ícone da música brasileira. Ela se lançou ainda em 1997 como MC Tati, quebrando paradigmas falando abertamente sobre desejos sexuais, sendo referência e abraçada também pela comunidade LGBTQIA+. O seu sucesso veio mesmo nos anos 2000, e em 2005 o hit ‘Boladona’ foi parar no horário-nobre da Rede Globo, virando música-tema da personagem de Mariana Ximenes na novela “América”.

6. Gaiola das Popozudas

Um dos expoentes do funk carioca feminino, o grupo nasceu no ano 2000 e ainda hoje é considerado um dos maiores de todos os tempos do gênero no país. As músicas do ‘Gaiola das Popozudas’ se tornaram hinos nas pistas de dança em todo o Brasil e serviram para abrir o caminho para que outras mulheres se apresentassem em um gênero até então predominantemente masculino. Se notabiliza por letras de emancipação feminina e que colocam a mulher em posição de protagonismo nas relações afetivas e sexuais. Em 2013, a cantora Valesca Popozuda deixou o grupo e seguiu em carreira solo.

7. Mr. Catra

Pouca gente sabe, mas Mr. Catra teve uma banda de rock nos anos 1980. A sua voz grave e rouca, no entanto, ficou conhecida mesmo pelos funkeiros de todo o país. Com letras polêmicas e que relatam a dura realidade das periferias brasileiras, o carioca passou a investir nas letras com forte apelo sexual. O seu nome se tornou conhecido no Brasil com a sua paródia “Adultério”, da música “Tédio”, da banda Biquini Cavadão. O artista faleceu precocemente em 2018, aos 49 anos, vítima de um câncer no estômago.

8. MC Leozinho

Quem assistia TV aos fins de semana no início dos anos 2000, com certeza conhece a cara do MC Leozinho. O artista fez um sucesso enorme com a música “Ela só Pensa em Beijar” e “Se Ela Dança eu Danço”, que ajudou a dar visibilidade ao estilo. Em 2015, ele lançou seu último trabalho, “Patricinha da Favela”, mas sem o mesmo sucesso do passado.

9. Ludmilla

Iniciando sua carreira como MC Beyonce, Ludmilla hoje conseguiu um sucesso possível de se comparar à americana que um dia foi a referência para o seu nome artístico. Responsável por levar o funk carioca para o mundo todo, Lud mostrou o seu potencial no álbum “A Danada Sou Eu” (2016), que lhe rendeu indicação ao Grammy. No seu currículo, além de várias premiações, tem inúmeras parcerias com artistas do funk e de diversos estilos. Recentemente, seus trabalhos “Numanice” e “Lud Sessions” mostram outra versão de Ludmilla, explorando outros gêneros.

10. Anitta

Considerada uma das maiores representantes da música brasileira hoje no mundo, Anitta extrapolou o gênero funk, mas não se pode negar que tem a origem no estilo que nasceu no Rio de Janeiro. Em 2010, foi convidada pelo produtor da Furacão 2000 para fazer alguns testes e já chamou atenção. Desde o início da carreira flertava com sonoridade do pop internacional, caminho que segue até hoje. Tem no passado sucessos como “Meiga e Abusada”, passando por “Show das Poderosas”, “Bang” e muitos outros hits de sucesso.